lunedì 22 ottobre 2012

lua nova e muffins de amora



E chegaram as primeiras chuvas de outubro, e sementes trazidas com o vento, delicados invólucros de vida caem sobre úmidos bolsos de terra.
Cresceu a lavanda, frutificou o limão, a amora, o morango, floriu a amarílis, as orquídeas de setembro, a brinco-de-princesa. O tomilho fez-se "relva", nunca tivera coentros, agora há estragão e orégano também.
E os dias correm como se perseguidos fossem, e o sol morre no horizonte atrás do bosque, o sereno da noite cai, a coruja pia.
Dias de tranquilidade, ainda que frenéticos e cheios de trabalho, mas são de uma paz e um prazer em cheirar a terra molhada e deixar meu olhar perder-se ora no infinito azul do céu ora no profundo verde da mata. Bendita mata, que traz tanta vida pra perto de mim e que merece não apenas meu respeito mas também minha colaboração, plantar frutíferas nativas da minha região e colaborar com a fauna, porque quando aparecem pássaros nunca vistos não é um bom sinal, significa que seus habitats originais foram degradados e há escassez na oferta de comida, por isso a migração para as cidades, mas quem se importa?

De vez em quando ouço pessoas dizendo que "antigamente fazia mais frio", e fazia mesmo, mas cada vez que árvores são derrubadas para a construção de mais um condomínio a terra perde sua proteção natural, a cidade perde um "ar-condicionado", são criados corredores de vento e consequentemente os temporais serão sempre mais agressivos a cada verão.

 As cidades do "Novo-Brasil" crescem, mas isso não significa que o país está em franco desenvolvimento como andam anunciando por aí, as pessoas continuam ignorantes, o trânsito é caótico, os problemas apenas acumulados.

E agora há a moda do orgânico que não é orgânico e do leite que não presta sequer para espuma de capuccino (ou cappuccino, para os indecisos). Sim, ando com medo desses "pseudo orgânicos", na semana passada o fígado que serviria para virar patê apresentava uma coloração muito estranha, parecia doente e já que fígados doentes sugerem super dosagens de qualquer substância química não posso acreditar que esse frango tenha vivido sob o conceito "bio".

Mas, bio mesmo são os frutos do meu jardim, e como estão na época as amoras e morangos nada melhor que preparar algo com elas, frescas, tenras e suculentas.

Lembrei de Amelie Poulain ao sacar umas amoras do pé e deixar que a tinta encarnada colorisse meus dedos, pensei naqueles "pequenos prazeres" que ela cultiva ao mergulhar a mão no saco de grãos e quebrar o açúcar do creme brulee, com a colher. Pequenos detalhes na verdade que custam caro, amoras frescas no Santa Luzia passam dos R$20,00 o potinho, tenho aqui algo gratuito, requer o mínimo de atenção e então, na sua época, lá estão as amoras prontas a serem colhidas e virarem alguma boa ideia e como era dia de "baking" por ser conjunção da Lua Nova e estar fazendo pão, aproveitei o forno quente para assar uns Muffins.

Muffins de amora e chocolate branco

370 g de farinha fermentada
200 g de chocolate branco
120 g de manteiga
110 g de açúcar
120 ml de leite
3 ovos
300 g de amoras frescas
2 colheres de açúcar de confeiteiro para polvilhar

pre aqueça o forno a 180°C
Junte a farinha com 120 gr de chocolate e reserve.
Derreta o restante do chocolate com a manteiga em banho maria,
retire do fogo e adicione o leite, incorpore os ovos e misture bem
derrame na tigela contendo a farinha e o chocolate e misture bem.
Incorpore as amoras delicadamente com a ajuda de uma espátula e não revolva muito 
ou a massa começará a endurecer.
Preencha de massa os moldes de muffin até a metade, polvilhe com o açúcar de confeiteiro e asse por  20 minutos até os muffins inflarem e ficarem dourados.


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