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| pano de prato natalino em Patchwork e arranjo de maçãs, feitos por minha mãe |
Café me lembra a segunda vez que estive na Itália, no início do milênio e quando eu fazia exigências para visitar meus amigos, uma delas era ter café.
Naquela época eu tomava mais de um litro de café por dia, aquele coado, do tipo americano.
"Chafé".
Nessa viagem aprendi a tomar café de "Moka", aquela espécie de bule que desrosqueia na metade para você preencher com café e água, e fazer compras no mercado. Embora meu italiano fosse precário na época, despertei muita curiosidade em relação à minha nacionalidade, toda vez que falava alguém perguntava se eu era americana.
Eu me deliciava em fazer compras no mercadinho local, tomar nas mãos aqueles tomates vermelhos-encarnados, cheirar as mangas brasileiras que custavam vinte reais (na época), comprar aquele queijo galbanino e escolher um café, hesitei um pouco entre Segafredo e optei pela marca Lavazza.
Ao chegar em "casa", minha amiga já reclamava de eu ter comprado café, alegando ter recém chegado do mercado e comprado "o café".....Na manhã seguinte, sozinha naquela casa de dois andares, acordei e resolvi preparar-me um café.
Abri a janela, que dava para a cabeceira da pista do aeroporto local, deixei o ar de outubro entrar e lembrei que minha amiga pedira para não abrir as janelas, durante o dia por causa do pó, durante a noite por causa dos morcegos. Mas eu ignorei esse pedido, abri a casa inteira e dirigi-me para a porta do armário da cozinha, preparei a moka colocando água, tomei aquele pacote verde bandeira e li o nome do café: "Trombeta"....
Abri o pacote e usando uma medida acomodei o café na moka, rosquei-a para então colocá-la no fogo médio-baixo até apitar e exalar todo aquele perfume de café que faz qualquer pessoa acordar...Mas, não.
O cheiro não era bom, parecia cheiro de água com muito cloro, o gosto era ruim...o pior café italiano, sem sombra de dúvidas. Desde então todo café com "aquele" cheiro e gosto são chamados de "trombeta", o nome tornou-se uma expressão de péssimo café e eterniza minhas aventuras na Itália.
Para se ter idéia do gosto de um autêntico "trombeta" peça um café na Argentina ou no Uruguai...ou então no restaurante do aeroporto Afonso Pena- Paraná....Como diria a minha mãe:-São cafés que de graça custam caro...
Eu fiz o tiramisu, como encarregada de sobremesas do natal passado, é a sobremesa predileta da minha mãe e traduzido quer dizer "levanta-me", "desperta-me", a sobremesa leva além do café uma porção generosa de chocolate negro.
Uma ótima chance para usar diversos ingredientes que estavam engavetados h´muito tempo, esperando para serem usados, como o cacau que trouxe de Saint-Remy de Provence ou o chocolate gourmet de Madagascar.
Não existe uma receita definitiva para um bom Tiramisu, mas na Itália usa-se uma bolacha similar à bolacha Champagne, chamada de Savoiardi, que em breve darei a receita, ou usa-se uma espécie de pão-de-ló, chamado de "Pan' di Spagna", que confere uma textura mais firme.
Deve ser feito com pelo menos três dias de antecedência, para os sabores serem melhor absorvidos, principalmente o do café.
Como eu não tinha licor de café optei por um licor de caramelo que ganhei de presente quando visitei Mendoza, Argentina. Não aconselho usar vinho Marsala ou creme de leite, e, acredito que essa receita fique muito próxima das melhores receitas italianas.
Tiramisu
(receita de família)
2 claras de ovo (orgânico)
4 gemas (orgânico)
100 gramas de açúcar orgânico
400 gramas de queijo mascarpone
200 gramas de biscoito champagne
150 ml de café espresso, forte
Um cálice de licor de café, ou de caramelo, ou de amaretto
200 gramas de chocolate negro a pelo menos 60% de cacau
Cacau em pó
Raspas de flor de lavanda, seca.
Método de preparo
Prepare um café espresso, ou de moka, bem forte e deixe esfriar.
Alternativamente fiz 2 1/2 cafés longos da nespresso, usei o Dharkan, que tem nível 11
misture no café o cálice de licor
Na batedeira planetária, com o batedor de arame montamos as claras em ponto de neve, bem firmes e reservamos, de preferência na geladeira.
Versar na batedeira as gemas e o açúcar, com a pá, até obtermos uma consistência espumosa, neste momento adicionamos pouco a pouco o mascarpone e seguimos batendo em velocidade média baixa.
Desligue a batedeira e adicione as claras em neve com ajuda de uma espátula, misture delicadamente e bata mais um pouco para terminar de misturar.
Não se deve bater muito ou as claras em neve podem desandar.
Em um refratário, de preferência retangular, montamos o tiramisu com uma camada de bolacha champagne e empapamos com um pouco de café, cubra com uma camada de creme e rale o chocolate por cima.Fazemos a mesma coisa na próxima camada.
Finalizamos com uma camada de creme e o cacau em pó polvilhado por cima.
Raspamos um pouco de lavanda seca para finalizar.
Cubra com filme de pvc e coloque na geladeira por pelo menos 2 dias.
Cada hora que passa o biscoito se empapa mais com os diferentes ingredientes até
integrar-se completamente.
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| No alto quadro:uma das musas da Mirabilia, à esquerda outro quadro em ponto cruz estilo vintage e almofadas de natal em patchwork, tudo minha mãe que fez. |
